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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

APRENDA COM SEUS ERROS

Autor desconhecido

O mestre, conduz seu aprendiz pela floresta. Embora mais velho, caminha com igualdade, enquanto seu aprendiz escorrega e cai a todo instante.

O aprendiz blasfema, levanta-se e cospe no chão traiçoeiro e continua a acompanhar seu mestre.

Depois de longa caminhada, chegaram a um lugar sagrado. Sem parar, o mestre dá meia volta e começa a viagem de volta.

-Você não me ensinou nada hoje- diz o aprendiz, levando mais um tombo.

-Ensinei sim, mas você parece que não aprende – respondeu o mestre – estou tentando te ensinar como se lida com os erros da vida.

-E como lidar com eles?

- Como deveria lidar com seus tombos- respondeu o mestre- Em vez de ficar amaldiçoando o lugar onde caiu, devia procurar aquilo que o fez escorregar.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

AS VEZES É PRECISO PIORAR PARA MELHORAR

Um mestre e seu discípulo andavam por uma área rural, praticamente desabitada. O mestre tentava lhe ensinar que tudo que nos acontece ou que está diante de nós, na realidade, apresenta uma oportunidade de aprendizado e crescimento, independentemente do assunto a que se relaciona

Passando ao lado de um sítio de aparência simples e descuidada, o discípulo concordou com o mestre, observando que, apesar do lugar lindo e paradisíaco em que estavam, aquele sítio pobre indicava a miséria em que viviam aquelas pessoas.
 
O mestre, repreendendo-o por simplesmente observar aquela situação e não procurar entender suas causas, sinalizou que entrassem e conversassem com seus moradores. Foram recebidos na entrada da porteira por um casal e seus filhos pequenos.
 
Observaram, sem qualquer esforço, que se vestiam com roupas sujas e castigadas pelo tempo, e aparentavam um sentimento de desânimo e frustração.

Questionados pelo mestre sobre como viviam num lugar ermo e desabitado como aquele, sem qualquer sinal de civilização como comércio e outras comodidades, o homem respondeu:
 
- Nós temos uma vaca que produz diariamente alguns litros de leite. Uma parte desse leite, utilizamos para nosso próprio consumo e o restante vendemos ou trocamos por outros produtos que nos faltam, na cidade vizinha.

Após algum tempo ali conversando, o mestre e seu discípulo finalmente se despediram e foram embora, não sem que antes o mestre incumbisse o discípulo de uma inusitada missão:
 
- Empurre a vaca do sitiante precipício abaixo, ordenou-lhe o mestre.

O discípulo, que tentou de todas as formas convencer o mestre de que a vaca era o único meio de sobrevivência daquela pobre família, por fim, sem alternativa, concordou e atirou-a morro abaixo, matando a pobre vaquinha imediatamente.

Passados muitos anos e sem conseguir se perdoar da atrocidade que cometera, o discípulo, agora um muito bem-sucedido homem de negócios, voltou àquele lugar para, finalmente, reparar seu erro. Contaria exatamente o que fizera anos atrás e, além de implorar-lhes Perdão, os retribuiria financeiramente pelo mal que certamente provocara. Ao chegar ao lugar do sítio, entretanto, surpreendeu-se com a nova visão que tinha.
 
Nada mais existia de pobreza e miséria naquele lugar. Agora, no lugar da choupana de antes, havia uma belíssima e moderna casa cercada por um impecável jardim, de onde se podia avistar uma garagem repleta de carros novos.

Desesperado com o que via e com uma forte sensação de culpa invadindo-lhe a alma, pensou: ‘Certamente por conta da morte de sua vaca, não mais lhes foi possível sustentar-se e foram obrigados a se desfazer da propriedade’.
 
Decidido a reparar seu erro, encontrando-os e compensando-os, acenou para um funcionário da casa que regava e podava as flores do jardim, chamando-o ao portão.
 
- Por favor, para onde se mudou a família que habitava este sítio há alguns anos atrás? – perguntou-lhe o ex-discípulo.
 
- Eu vou chamar meu patrão. Pelo que sei, ele é o dono destas terras há muitos e muitos anos – respondeu-lhe o empregado.
 
 O patrão, vindo atendê-lo, reconheceu-o imediatamente, cumprimentando-o e perguntando-lhe sobre seu mestre.

O ex-discípulo, sem entender o que se passava, quis saber o que acontecera para transformar aquele lugar pobre e miserável, na bela e bem cuidada propriedade que observava agora.
 
- Sabe, logo depois que o senhor e seu mestre estiveram aqui, aconteceu uma fatalidade; nossa vaquinha despencou do precipício e morreu’, disse-lhe o antigo sitiante.
 
E continuando, falou:
 
- Fomos obrigados a fazer o que nunca pensávamos sermos capazes de realizar. Sem o leite da vaca, plantamos uma pequena horta de verduras e legumes e logo descobrimos que podíamos também cultivar frutas e diversos outros tipos de hortaliças. Os negócios foram crescendo e, depois de algum tempo, já exportávamos, e o que sobrava vendíamos para as grandes redes atacadistas, que sempre queriam mais. Para atender às constantes encomendas, tivemos que comprar o sítio vizinho e o do outro lado também.
 
- Hoje, dou graças a Deus que nossa vaca tenha morrido. Nunca imaginei que pudéssemos fazer o que fizemos e que conseguiríamos atingir o sucesso que você pode comprovar agora’, concluiu o homem com indisfarçável orgulho.

 
Que inspiradora história! Muitas vezes, é necessário que a situação piore para só depois melhorar”, – pensou John fechando o livro e caminhando em direção a varanda.

Quando o céu está prestes a conferir um grande serviço a um homem, primeiro exercita sua mente com sofrimento, e seus tendões e ossos com trabalho duro.”

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

AS ESTAÇÕES

(autor desconhecido)

Um homem tinha quatro filhos. Ele queria que seus filhos aprendessem a não julgar as coisas de modo apressado, por isso, ele mandou cada um viajar para observar uma pereira que estava plantada em um distante local.

O primeiro filho foi lá no Inverno, o segundo na Primavera, o terceiro no Verão e o quarto e mais jovem, no Outono.

Quando todos eles retornaram, ele os reuniu e pediu que cada um descrevesse o que tinham visto.

O primeiro filho disse que a árvore era feia, torta e retorcida.

O segundo filho disse que ela era recoberta de botões verdes e cheia de promessas.

O terceiro filho discordou. Disse que ela estava coberta de flores, que tinham um cheiro tão doce e eram tão bonitas, que ele arriscaria dizer que eram a coisa mais graciosa que ele tinha visto.

O último filho discordou de todos eles; ele disse que a árvore estava carregada e arqueada, cheia de frutas, vida e promessas…

O homem, então, explicou a seus filhos que todos eles estavam certos, porque eles haviam visto apenas uma estação da vida da árvore…

Ele falou que não se pode julgar uma árvore, ou uma pessoa, por apenas uma estação, e que a essência de quem eles são e o prazer, a alegria e o amor que vêm daquela vida, podem apenas ser medidos ao final, quando todas as estações estiverem completas.

Se você desistir quando for Inverno, você perderá a promessa da Primavera, a beleza do Verão, a expectativa do Outono.

Não permita que a dor de uma estação destrua a alegria de todas as outras. Não julgue a vida apenas por uma estação difícil.

domingo, 6 de janeiro de 2013

COMO USAR AS PALAVRAS

Certa vez, uma jovem foi ter com o bom homem, São Filipe Neri, para confessar seus pecados. Ele já conhecia muito bem uma de suas falhas: não que ela fosse má, mas costumava falar dos vizinhos, deduzindo histórias sobre eles. Essas histórias passavam de boca em boca e acabavam fazendo mal – sem nenhum proveito para ninguém.

São Filipe lhe disse:

– Minha filha, você age mal falando dos outros; tenho que lhe passar uma penitência. Você deverá comprar uma galinha no mercado e depois caminhar para fora da cidade. Enquanto for andando, deverá arrancar as penas e ir espalhando-as. Não pare até ter depenado completamente a ave. Quando tiver feito isso, volte e me conte.

Ela pensou com seus botões que era mesmo uma penitência muito singular! Mas não objetou. Comprou a galinha, saiu caminhando e arrancando as penas, como ele lhe dissera. Depois, voltou e reportou a São Filipe.

– Minha filha – disse o Santo –, você completou a primeira parte da penitência. Agora vem o resto.

– Sim, o que é, padre?

– Você deverá voltar pelo mesmo caminho e catar todas as penas.

– Mas, padre, é impossível! A esta hora, o vento já as espalhou em todas as direções. Posso até conseguir algumas, mas não todas!

– É verdade, minha filha. E não é isso mesmo que acontece com as palavras tolas que você deixa sair? Não é verdade que você inventa histórias que vão sendo espalhadas por aí, de boca em boca, até ficarem fora do seu alcance? Será que você conseguiria segui-las e cancelá-las, se desejasse?

– Não, padre.

– Então, minha filha, quando você sentir vontade de dizer coisas indelicadas sobre seus vizinhos, feche os lábios. Não espalhe essas penas, pequenas e maldosas, pelo seu caminho.

 

Do livro: O Livro das Virtudes II - O Compasso Moral - William J. Bennet - Ed.Nova Fronteira